6 de dezembro de 2007

Jovem com Síndrome de Down integrada em comunidade escolar


Ana Raquel Peixoto sofre de Síndrome de Down mas não é isso que a impede de frequentar, com sucesso, as aulas na escola EB 2+3 de Santa Iria, em Tomar.
Muito acarinhada por professores e colegas, trata-se de um caso positivo de integração, onde não há lugar à discriminação.


Assinalou-se no passado dia 3 de Dezembro o “Dia Internacional da Pessoa com Deficiência”. No hall de entrada EB 2+3 de Santa Iria, em Tomar há uma jovem visivelmente feliz, que exibe um sorriso grande. Trata-se de Ana Raquel Peixoto, 16 anos, uma das alunas da turma 7.º E, que participou na iniciativa “Valorizar a Diferença”, dinamizada no âmbito da área-projecto que pretendeu sensibilizar a comunidade escolar para a problemática da pessoa com deficiência. Uma iniciativa que também foi a forma encontrada para homenagear a jovem que sofrendo de Síndrome de Down se encontra perfeitamente enquadrada na comunidade escolar.

Reportagem completa na edição n.º 989 d' O Templário

9 de novembro de 2007

Entre Nova Iorque e o Poço Redondo


Logo que se inicia a conversa com ele, sente-se que é uma pessoa positiva e de bem com a vida. Ainda não fala o português correctamente, mas já se faz entender bem. Uma proeza para quem aprendeu a ler e escrever a língua portuguesa sozinho, a ler poesia. A história da vida do tomarense Paulo Coelho, homónimo do famoso escritor brasileiro, é invulgar porque este já acumula muita experiência de vida, podendo dizer-se que veio de Nova Iorque directamente para a pequena aldeia do Poço Redondo, na freguesia da Junceira, Tomar.

História integral na edição n.º 984

2 de novembro de 2007

Mariana


Mariana Lopes tem seis anos e sofre de uma doença ocular grave, causada pela atrofia do nervo óptico. Tal como qualquer outra criança, este ano entrou para a escola primária, necessitando agora de material educativo e didáctico adaptado às suas necessidades. Desse modo, certamente, que o seu futuro seria mais risonho.

Notícia integral na edição n.º 981

O vazio

Há um vazio que se renova semana a semana após o fecho de edição. É altura de pensar em novas ideias, descobrir outras estórias, pensar em temas que possam ser do interesse do leitor. Nem sempre é um processo fácil, este , o do fabrico das notícias. Por vezes, só no último dia antes do fecho do jornal aparecem , surgem do nada ou através de uma pequena fuga de informação. Para um jornalista regional todos os dias são dias de procurar essa informação. E quando não a há sente-se um vazio, só saciado com a escrita. E até ao fecho de edição esse vazio tem que ser, necessariamente, preenchido. Até que tudo começa de novo.

9 de outubro de 2007

A foto

Como se sabe a foto é um complemento importante de qualquer trabalho jornalístico. Há até uma célebre frase nas redacções que circula: sem foto não há notícia :)
Talvez das piores coisas que pode acontecer a um jornalsta é quando tem uma boa entrevista mas, na parte da foto há algum pruido, pela parte do interlocutor, em aparecer . Aí, entra-se numa espécie de negociação com o entrevistado, mais ou menos demorada. Ás vezes ganha-se, outras perde-se.

3 de outubro de 2007

Uma estação como Lar


José Nunes Alves escolheu a casa da estação de comboios de Santa Cita, Tomar, para se abrigar durante três semanas, situação que se arrastou até a GNR ter tomado conhecimento do caso através de um cidadão anónimo que se solidarizou com o sem-abrigo.

Leia a notícia integral na edição n.º 980

Rosita da Torre


Uma mulher que não se mede aos palmos

Mora na Torre, freguesia de Casais, uma das mulheres mais baixas de Portugal. Maria Rosa Lourenço, carinhosamente apelidada pelos habitantes daquela aldeia como “Rosita” tem 76 cm de altura mas uma garra fora do comum. E foi sem complexos que falou com “O Templário” desvendando que a sua baixa estatura não é entrave para que todos os dias tome conta da Mariana, a sobrinha-neta de 20 meses e que, curiosamente, já é mais alta do que ela.


Leia a notícia integral na edição n.º 977

26 de setembro de 2007

Constragimentos

O jornais são feitos de constragimentos. Por exemplo, quando acontece algo em dia de fecho de edição, não dá jeito nenhum. Para não falar que o jornal está praticamente lotado. Além disso, não há tempo para completar os textos com informações suplementares ou desenvolver outros aspectos.

21 de setembro de 2007

Jornalistas de luto pela liberdade de expressão

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) colocou a 20 de Setembro, na sua sede nacional, uma faixa negra como forma de protesto pela aprovação, na Assembleia da República, do novo Estatuto do Jornalista, que contém normas que ameaçam a Liberdade de Expressão.
Uma delegação da direcção do SJ, trajada de preto, assistiu à discussão e votação do diploma e abandonou as galerias imediatamente após a aprovação do mesmo.

O estatuto foi aprovado na generalidade apenas com os votos do PS, embora o Partido Social Democrata (PSD) e o Centro Democrático Social - Partido Popular (CDS-PP) tenham acompanhado o PS na rejeição das propostas apresentadas pelo Partido Comunista Português (PCP) e pelo Bloco de Esquerda (BE), nomeadamente sobre direito de autor.

notícia integral aqui

As histórias que não se contam

Há muitas notícias que nunca o chegam a ser por insegurança dos entrevistados. As pessoas até querem falar mas tem medo... medo disto ou daquilo. Enfim, histórias que se perdem, para tristeza de quem as muito queria contar. E pronto, já desabafei :)

19 de setembro de 2007

Segunda mulher mais velha do mundo mora em Tomar



114 anos celebrados de forma recatada

Sem o aparato mediático de outros anos, Maria de Jesus, a segunda mulher mais velha do mundo, comemorou na passada segunda-feira, dia 10, mais um aniversário, junto dos familiares mais chegados que nesse dia se juntaram num almoço.


Foi em família que Maria de Jesus celebrou a passagem de mais um aniversário. 114 anos de vida que fazem dela a segunda mulher mais velha do mundo, depois da norte-americana Edna Parker que completou a mesma idade no dia 20 de Abril.
Na segunda – feira, dia 10, o nosso jornal visitou a super-centenária e encontrou-a sentada na mesa da cozinha, a terminar o almoço. Tinha acabado de comer uma taça com arroz doce, a sua sobremesa preferida. A seu lado, a filha Madalena de 82 anos lavava a loiça e contou-nos a razão pela qual este ano não quis fazer nenhuma festa, à semelhança do que aconteceu no ano passado.
“Este ano quis fazer uma coisa mais calma porque no ano passado, como calhou a um domingo, veio cá muita gente e foi muito cansativo para ela e para mim. Só para as televisões teve que soprar cinco vezes as velas…”, desabafou ao nosso jornal.
Quem visitou Maria de Jesus o ano passado e o fez um ano depois não descobre muitas diferenças. Sentada, de sorriso sereno, continua a parecer vender saúde. Isto apesar da filha salientar que já pouco fala ou ouve.”Hoje de manhã dei-lhe um beijo de parabéns e ela respondeu-me outra coisa qualquer que nada tinha a ver… já não nos entende muito bem e tenho que ser eu a fazer tudo, desde o banho à comida”, referiu. O sono agitado também marca as noites da centenária, que por vezes acorda de noite aos gritos.
Apesar da provecta idade, Maria de Jesus continua a tomar só meio comprimido por dia para a tensão, sendo vista todos os meses pelo médico de família que vai a sua casa.

Jornalismo Regional está de volta

E para começar aqui vai uma notícia de caracter muito regional :)

Columbofilia: Uma paixão que não se explica

São apaixonados pelos pombos-correios e dedicam grande parte do dia a tratar deles. Os columbófilos vivem uma paixão que não conseguem explicar a quem está de fora.

A secção columbófila da ACR de Santa Cita entregou no passado domingo, 9 de Setembro, os troféus aos vencedores das várias provas realizadas pela colectividade. Antes da entrega dos vários prémios realizou-se o “leilão do borracho”, que na linguagem columbófila significa pombo novo e com potencial vencedor. Os pombos foram arrematados por 100, 60 e 30 euros.

O “leiloeiro do borracho”, Manuel Carlos da Costa já faz leilões de pombos há 20 anos e recorda-se de já ter leiloado um pombo por quase 300 contos. “O ano passado, num leilão nos Riachos vendi um pombo por 275 contos. Há quem goste de carros, há quem goste de mulheres… e há quem goste de pombos”, refere este columbófilo.
“Quem gosta disto não tem palavras. A pessoa tem que nascer para isto senão não consegue chegar a lado nenhum”, refere Vítor Fontes que no passado domingo recebeu vários troféus na sede columbófila da ACR de Santa Cita.
“Desde os 16 anos que entrei neste mundo, através de pessoas conhecidas que, infelizmente, já estão falecidas… Dai nasceu o vício e espero continuar por muito mais anos”, contou ao nosso jornal.
Actualmente, Vítor Fontes tem uma colónia de 180 pombos o que o obriga a uma grande dedicação. “São quase 24 horas por dia, 365 dias por ano. Todo o columbófilo que não enveredar por este método de trabalho não faz nada. E temos que ser radicais. Os pombos que são bons são bons os outros, medíocres, são abatidos”, aponta.
Um hobbie que também não fica barato. “Temos que ir adquirir pombos vindos de fora do país, da Holanda e da Bélgica. Estes prémios são a recompensa de um ano de trabalho. Fazemos também grandes amigos em toda a parte do país graças aos pombos, o que é sempre bom”, acrescenta.

Edição n.º 977

3 de setembro de 2007

19 de agosto de 2007

Quase de regresso

Por motivos de ordem pessoal - muito nobres, diga-se - estive ausente deste espaço durante quase 5 meses. Em Setembro um novo ciclo se iniciará. E aí espero voltar a dinamizar este espaço e continuar o meu estudo pessoal sobre os meandros do jornalismo e dos jornais regionais. Até lá.

23 de julho de 2007

5 de julho de 2007

“O TEMPLÁRIO” EDITA REVISTA ESPECIAL DO CORTEJO DOS RAPAZES


Depois do sucesso da revista sobre a Festa dos Tabuleiros editada a semana passada, que esgotou em dois dias, "O Templário" vai lançar amanhã, quinta-feira, com a sua edição semanal, outra revista desta vez dedicada ao Cortejo dos Rapazes.



São 52 páginas a cores com uma selecção das melhores fotografias do cortejo. Uma publicação com a garantia de qualidade de "O Templário", que vale a pena comprar e guardar.



O preço do jornal (80 cêntimos) inclui a revista.

3 de julho de 2007

Edição n.º 960

Edição n.º 959

Edição n.º 958

Edição n.º 957

7º Mercado do Livro de Tomar

De 5 a 8 de Julho, os Lagares d’El Rei, em Tomar, vão abrir as portas ao público para o VII Mercado do Livro, levado a cabo pelo Alfarrabista “Companhia dos Livros”. Das 10h00 às 24h00 (excepto no dia 8, em que encerra às 12h00) haverá à disposição dos leitores milhares de livros a partir de um euro.

25 de junho de 2007

Teatro de Rua anima Tomar

O Teatro de Montemuro, numa iniciativa do Ministério da Cultura, do Instituto das Artes e da TerritórioArtes, com o apoio da Câmara Municipal de Tomar, convida-o a assistir, em plena Festa dos Tabuleiros, à peça de teatro ao ar livre “Splash!”.
A peça retrata duas famílias que trocam, tocam, negoceiam e cantam. Entre a mulher barbuda, o perigoso número das facas e o charlatão de poções mágicas e rejuvenescedoras, estas duas famílias encontram-se. Entre os olhares tenebrosos dos patriarcas, os mais jovens não resistem e deixam-se levar derretidos pelo coração. A feira vai-se transformando em outros espaços, de acordo com diferentes momentos, emoções ou músicas, sempre tocadas ao vivo.
Aproveite as noites quentes e o espírito da festa para ver esta peça que terá lugar na Praça da República, no dia 2, pelas 22h00.

Programa da Festa dos Tabuleiros 2007:


• 1 de Julho, 08h00 – Alvorada;
• 1 de Julho, 10h00 – Cortejo dos Rapazes;
• 6 de Julho, 08h00 – Alvorada;
• 6 de Julho, 18h00 – Cortejo do Mordomo;
• 6 de Julho, 20h30 – Inauguração das Ruas Populares Ornamentadas;
• 7 de Julho, 10h00 – Cortejos Parciais dos Tabuleiros;
• 7 de Julho, 13h00 – Abertura da Exposição dos Tabuleiros na Mata Nacional dos Sete Montes;
• 7 de Julho, 14h30 – Cortejo dos Jogos Populares;
• 7 de Julho, 15h00 – Final dos Jogos Populares no Antigo Parque de Campismo;
• 8 de Julho, 08h00 – Alvorada;
• 8 de Julho, 09h45 – Procissão das Coroas e Pendões do Espírito Santo;
• 8 de Julho, 16h00 – Cortejo dos Tabuleiros;
• 9 de Julho, 10h00 – Distribuição da Pêza.

12 de junho de 2007

11 de junho de 2007

4 de abril de 2007

Antonieta já tem um computador


É bom dar notícias destas :)

O sorriso de Antonieta abriu-se mais ainda desde que, no passado dia 29 de Março, recebeu um computador e equipamento informático perfeitamente adaptado às suas necessidades específicas. A jovem sente-se agora mais ligada ao mundo exterior.

Antonieta Monteiro, a jovem que sofre de esclerose múltipla, doença para a qual ainda não existe cura, e mora na povoação de Hortinha, na freguesia da Junceira, já tem instalado em casa o tão desejado computador com acesso à Internet. Um sonho concretizado com a ajuda da Associação Cultural, Desportiva e Recreativa da Serra que ficou a conhecer a história desta jovem através das páginas do nosso jornal (trabalho publicado a 29 de Novembro de 2006) e promoveu uma subscrição de fundos com vista à aquisição deste computador, perfeitamente estudado para ser adaptado às necessidades específicas da tomarense. Á onda de solidariedade aderiram, segundo Abel Oliveira, presidente da associação, muitos anónimos, leitores do jornal e emigrantes tomarenses.
“Fiquei tão entusiasmada no dia que vieram cá montar o computador que até fiquei com os músculos do pescoço paralisados”, começou por explicar ao nosso jornal no dia em que a voltamos a visitar em casa dos pais.
“Foi no dia 929 do meu “exílio” que veio cá a D. Lurdes e o Sr. Abel (da Associação Cultural da Serra) e o António (da empresa informática Mega PC) e eu fiquei ali, no canto do meu quarto, a ver a montagem do equipamento”, disse-nos. Nesse dia, uma quinta-feira, não teve oportunidade de mexer no computador porque o entusiasmo provocado pela oferta, e a conversa com as visitas, a cansou em demasiado. Mas no dia seguinte tratou logo de configurar o ecrãn de 21 polegadas ao seu gosto (definindo como fundo a fotografia de duas árvores) e de começar a adaptação à trackball (que substitui o rato) e que está a ser feita lentamente.
Antonieta tem agora muitos sonhos e projectos que quer concretizar. Um deles passa pela escrita e talvez pela publicação dessas crónicas num jornal, textos que pode escrever em casa e enviar através de e-mail, ferramentas que domina na perfeição, não tivesse ela formação superior em informática de gestão.


Texto integral publicado na edição n.º 954

Edição n.º 954

1 de abril de 2007

José Carlos Superstar


“Jesus Cristo Superstar” é o título de um filme que podia muito bem ser aplicado ao nosso entrevistado. José Carlos, calceteiro na câmara municipal de Tomar há 22 anos, deu nas vistas recentemente por ter caracterizado Cristo numa manifestação em Lisboa que juntou milhares de pessoas. Fê-lo porque considera que o actual primeiro-ministro agiu como “um judas”, traindo Portugal e os portugueses.

Cerca de 120 mil funcionários do sector público e privado concentraram-se em Lisboa, a 2 de Março último, numa mega-manifestação, contra o governo de José Sócrates, reclamando a mudança de políticas. No meio desse mar de gente, as televisões e objectivas dos fotógrafos captaram a imagem de um homem de vestes brancas, com uma coroa de espinhos na cabeça e que, qual Cristo, carregava uma cruz às costas. Esse homem é de Tomar e é calceteiro de profissão.

José Carlos Vieira nasceu há 43 anos na cidade da Beira, em Moçambique. Homem simples, mas de convicções fortes defende que os portugueses devem ser um povo mais unido e por isso participa, sempre que pode, em manifestações. “Pensei em fazer isto porque o tal como Judas traiu Cristo, José Sócrates foi um homem que conseguiu trair Portugal inteiro. Antes de estar no cargo que ocupa prometeu tudo e mais alguma coisa mas agora é o que se vê… a idade da reforma aos 65 anos, os congelamentos da progressão de carreira…”, explicou ao nosso jornal. E continua, apontando o que na sua opinião está a mal em Portugal. “São os centros de saúde a fechar… Como é que querem que um idoso, se não tiver meio de transporte, se desloque a 15 ou 20 km’s a um hospital?”, exclama. Casado e com dois filhos, a Educação, nomeadamente o preço das propinas, também o preocupa. “Alguém que ganhe pouco como é que consegue mandar um filho para a universidade? E mesmo assim não sei se vale a pena porque há muitos licenciados no desemprego”, aponta, adiantando aquilo que, na sua humilde opinião, poderia ser a solução: “Quanto mais aumentarem a idade da reforma mais desemprego vai existir. Como é um indivíduo com 60 ou 65 anos ainda pode ser produtivo ao país? Ponham malta nova a trabalhar que também precisam de emprego”, exclama.

Trabalho integral na edição n.º 952 d' O Templário

Edição n.º 953

22 de março de 2007

90 anos a tocar acordeon


Francisco dos Santos “Cuco” tem 94 anos e aprendeu a tocar acordeon aos três. Tornou-se mestre e afinador de acordeons, instrumento a que se dedicou ao longo de toda a sua vida e pelo qual nutre uma grande paixão.

O homem que encontrámos sentado num banco no interior da Casa de Instrumentos Musicais, também conhecida como “Casa Cuco”, localizada na Av. Dr. Egas Moniz, nas imediações da Fábrica da Fiação, em Tomar, não aparenta a idade que tem: 94 anos. Bem-falante e impecavelmente vestido, Francisco dos Santos “Cuco” é um hino à lucidez.
Francisco “Cuco”, apelido que herdou dos pais, nasceu no Carrascal, perto do Alvito, na freguesia de Santa Maria dos Olivais. “Os meus pais já tinham este apelido, nome de um pássaro, e os filhos ficaram com o mesmo apelido”, explicou. Foi bem cedo que se familiarizou com o mundo do acordeon. “Foi um tio meu, que tocava numa azenha no Rio Zêzere, é que me ensinou a tocar e a arranjar acordeons”, contou ao nosso jornal. “O meu tio era afinador e, como eu estava com ele todos os dias e fui aprendendo”, continuou num discurso fluente.
Francisco dos Santos foi o primeiro em Tomar a abrir uma loja de instrumentos musicais, há mais de 70 anos. “Primeiro abri aqui uma loja aqui em cima, depois aluguei outra perto da Nabantina, depois outra perto da ponte nova e há 35 anos que estou aqui nesta rua”, explicou. Anos de muito trabalho em que vendia, arranjava e montava acordeon, arte que aprendeu com uns especialistas italianos. Pelo meio ainda arranjava tempo para dar lições a quem tivesse gosto para aprender. Para além do acordeon – que ainda hoje toca como pudemos observar – Francisco Cuco também sabe tocar órgão.
O seu filho, António, de 53 anos, tem muito orgulho no pai: “Não é por seu meu pai mas é uma homem que tem muito valor”, atesta ao nosso jornal. António dos Santos contou ao nosso jornal que o pai chegava a vir de Ferreira do Zêzere a Tomar de bicicleta “sem pôr as mãos no volante” e a tocar concertina., tal como atesta a foto que está afixada na parede da loja e que nos mostrou. “O meu pai era digno de ir à televisão porque ainda toca acordeon com a idade que tem”, salienta.

Trabalho integral publicado na edição n.º 952 d' O Templário

Edição n.º 952

16 de março de 2007

Mãe – coragem dá vida pelo filho


Ana Antunes escreve aos 23 anos a passagem mais delicada da sua jovem vida. Prepara-se para doar parte do fígado ao seu filho David, de 8 meses, a quem foi diagnosticada uma cirrose hepática. É a única maneira de salvar o seu menino. Uma história comovente que se passa numa aldeia do concelho de Ferreira do Zêzere.

Foi na pequena aldeia de Alqueidão de Santo Amaro que encontrámos Ana Antunes, a mãe que amanhã, 16 de Março, vai ser internada no Hospital Pediátrico da Universidade de Coimbra para submeter-se a uma delicada intervenção cirúrgica que vai salvar a vida do filho de apenas oito meses. Ana, de 23 anos, prepara-se para doar parte do fígado, um órgão que acabará por se regenerar naturalmente, para tratar a cirrose hepática de que sofre o bebé que deu à luz a 20 de Junho de 2005, depois de várias horas de trabalho de parto.

Trabalho integral na edição n.º 951

Edição n.º 951

13 de março de 2007

28 de fevereiro de 2007

A importância da Comunicação Social regional

Agradecendo a referência, acabo de ler um post sobre o assunto neste blog amigo

A alteração do estatuto dos jornalistas

O Partido Socialista anunciou ontem ter alterado as condições em que os tribunais poderão ordenar aos jornalistas que revelem as suas fontes, obrigando a que “se encontrem esgotadas medidas alternativas razoáveis” para a obtenção das informações.
A questão do sigilo profissional é uma das que tem gerado mais contestação nas discussões sobre o novo Estatuto do Jornalista cujas propostas do Governo, PCP e Bloco de Esquerda estão a ser analisadas na especialidade. A actual proposta do Governo determina que o tribunal possa obrigar o jornalista a quebrar o sigilo “quando seja necessário para a investigação de crimes graves, segurança do Estado, ou de casos graves de criminalidade organizada”, mas os partidos da oposição consideraram que a legislação devia ser mais concreta. “Propõe-se agora uma alteração das circunstâncias”, sendo que “o tribunal terá de recorrer [primeiro] a outros meios” para obter as informações necessárias e só depois, perante o fracasso dessas medidas, poderá recorrer à quebra de sigilo jornalístico, explicou o deputado socialista Alberto Arons de Carvalho, em conferência de imprensa realizada em Lisboa.



A notícia completa pode ser lida aqui

27 de fevereiro de 2007

Ruas de Tomar com um “cheirinho de Carnaval”


Tomar pode assistir neste domingo, 18, a um mini-desfile de carros alegóricos promovido pela Sociedade Recreativa Curvaceirense. Alguns dos veículos pautaram pela originalidade e pela ironia mordaz das mensagens que veiculavam.
O cortejo teve início pelas 14h30 junto à Mata Nacional dos Sete Montes terminando pelas 15h30 na Praça da República, para onde se dirigiram muitos tomarenses. Uma animação que “soube a pouco” aos presentes mas que desabafaram ao nosso jornal que “vale mais isto que nada”.

Camionista de Tomar usado como correio de droga


“O Templário” conta-lhe, em exclusivo, a odisseia de um camionista de Tomar que foi preso injustamente em território francês. O jovem transportou uma tonelada e meia de “resina de cannabis”, sem nunca suspeitar que o fazia. Esteve detido pela polícia francesa durante cinco dias, tempo em que a família, amigos e namorada pensariam que tivesse sido raptado, chegando mesmo a temer pela sua vida. A polícia libertou-o, depois de confirmar a sua inocência. “Sinto que fui utilizado como correio de droga”, admitiu.

Hélio Alexandre Santos tem 27 anos e é camionista desde os 21. Foi ainda com olhar cabisbaixo e voz trémula que contou ao nosso jornal a experiência dramática que viveu recentemente. O jovem, natural dos arredores de Lisboa mas residente em Tomar há vários anos, foi detido em Paris, França, quando a polícia aduana interceptou o seu camião e descobriu vestígios de haxixe dentro das latas de conserva que transportava. No total, os agentes encontraram 1562 quilos de resina de cannabis, dentro de latas de conserva que, curiosamente, estavam fora do prazo de validade.
“Sinto que fui utilizado como correio de droga e o meu patrão, em que confio totalmente, também”, referiu ao nosso jornal. “Nós fazemos serviços para uma companhia que é um grande Transitário e que é quem nos dá as ordens das cargas. Mas acho que o transitário, que é uma grande empresa e não ia sujar o seu nome, também não está implicado nisto”, acrescentou o jovem ao nosso jornal. “Nós nunca sabemos o que vai dentro da carga que transportamos. Estamos a trabalhar e, de um momento para outro, somos abordados pela polícia que descobre droga na carga que transportamos”, refere.
A odisseia de Hélio Santos, a trabalhar numa empresa transportadora com sede em Benavente desde o início do mês de Fevereiro, começa quando lhe é destinado um serviço que tem como destino o norte de Holanda onde, no entanto, acaba por não chegar.
A detenção acontece na 2.ª feira, 12, alguns dias depois da sua partida de Portugal.

reportagem integral na edição n.º 948

Edição n.º 948

21 de fevereiro de 2007

Edição n.º 947

50 denúncias de maus-tratos desde o inicio de 2007


Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em perigo de Tomar anuncia dados preocupantes

É desde Junho presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) em perigo. Sandra Mata acedeu falar ao nosso jornal revelando que, em 2006, deram entrada na comissão 129 processos relacionados com maus-tratos a crianças e jovens de Tomar. Um número que pode aumentar em 2007, dado que só este ano – e estamos a meio de Fevereiro – já foram feitas 50 denúncias de supostos maus-tratos ocorridos no concelho o que, fazendo as contas, dá mais de uma queixa feita por dia a esta comissão.

O Templário - Estamos a meio do mês de Fevereiro. Quantas denúncias já foram feitas este ano?
Sandra Mata - Muitas. Este ano já deram entrada na CPCJ 50 denúncias. Eu acho que as pessoas devem proteger as suas crianças e fazer tudo para que elas tenham bem-estar e se desenvolvam bem. As crianças têm direitos e esses direitos têm que ser garantidos. Se as pessoas olhassem de maneira diferente para as crianças não seria necessária a intervenção destas entidades.


Estamos a falar de situações que ocorrem em famílias de classe baixa?
Sim, estas situações são mais frequentes nas famílias mais carenciadas e que vivem nos arredores da cidade. Também há aquelas famílias nas quais nós intervimos e tentam alterar a situação. Ás vezes, infelizmente, já tem aquele estigma de que tudo o que façam com os filhos é mal feito. E não podem pensar assim.

Quando fala em situações de risco também se está a referir a abusos sexuais…
Infelizmente, também há situações destas. Apesar de tudo os casos que temos mais são de negligência. Também temos os maus-tratos e os casos em que há suspeitas de abusos sexuais, que as entidades vão averiguar se existe ou não. Neste último caso, que requer medidas urgentes, o que temos a fazer é retirar a criança e comunicar ao Ministério Público. As situações em que há suspeitas de abuso sexual são sempre as mais complicadas… (...)




Entrevista completa na edição 947

11 de fevereiro de 2007

Histórias de um jornalista

Podem ser lidas aqui, as histórias deliciosas do meu colega Carlos Pereira, da LUSA

Edição n.º 946

Edição n.º 945

30 de janeiro de 2007

Álvaro Simões Ramos: o inventor-poeta


Álvaro Simões Ramos tem 64 anos e desde sempre que se dedicou à invenção de peças com as mais variadas utilidades. Em Julho deste ano, criou uma espécie de “museu” onde expõe os inventos e também ferramentas antigas da sua colecção. A acompanhar as peças, colocou “frases rimadas” da sua autoria com as respectivas explicações e simbologia dos objectos de que tanto se orgulha.


Foi no lugar de Curvaceiras, Paialvo, em Tomar que encontrámos um homem com uma história admirável. Natural de Árgea, uma aldeia de Torres Novas, Álvaro Ramos reformou-se há cerca de 7 anos do ramo ferroviário, altura em que pensou em dedicar-se ao fabrico de peças de artesanato, uma das suas grandes paixões e para o qual tem um indiscutível talento inato.
“Comecei a trabalhar nas oficinas de serralharia com 12 anos pelo que tenho apreço por estas ferramentas antigas”, começou por nos explicar este homem que tanto tem de sábio como de humilde. Chegou a colectar-se nas finanças com artesão mas os problemas na coluna – derivados a duros anos de trabalho nas oficinas da CP – impediram-no de levar a ideia avante. Mesmo assim foi fazendo algumas peças que hoje podem ser vistas no museu que improvisou na garagem de sua casa e onde podem ser vistas centenas de peças, entre invenções suas e ferramentas de colecção, algumas autênticas relíquias.
Começou por nos apresentar o seu “ex-libris” a que deu o nome de “Homem dos Sete Ofícios”, um protótipo que construiu há sete anos em apenas uma semana. “Aqui estão representadas várias artes e daí o nome de Homem dos Sete Ofícios. Cada peça que o compõe tem o seu significado”, salientou, enquanto nos mostrava a explicação por escrito que faz questão de ter ao lado de cada uma das peças. Os textos são da sua autoria e “as frases rimadas”, como gosta de lhe chamar, também saíram da sua cabeça. “A boca é uma arma quando bem utilizada, por exemplo. Por isso, para a boca deste boneco, utilizei um cepo de apanhar ratos…. O coração deve ser grande e aberto e por isso foi feito com duas foices. A cabeça é feita com carretos por causa da expressão popular ‘não te passes dos carretos’ ”, explicou-nos detalhadamente.
Filho de um oleiro, Álvaro Simões Ramos - actualmente tesoureiro na Sociedade Vilanovense - recorda que a sua primeira invenção consistiu numas mudanças para uma bicicleta. “Tinha 11 anos e andava a caminhar a pé para o Entroncamento. Via os outros com uma bicicleta e fiz as mudanças para quando tivesse uma”, recordou. Desde aí nunca mais parou de inventar e do grande número de engenhos que fez destacam-se máquinas que utilizou para reparação de composições ferroviárias – facto que a Companhia distinguiu em nota de mérito – e algumas máquinas que chegou a utilizar na construção da sua casa como, por exemplo, uma betoneira. No seu quintal também estão espalhadas um pouco por todo o lado máquinas para trabalhos agrícolas da sua autoria.


“Explicar aos mais novos o trabalho que as coisas dão”

Álvaro Simões Ramos criou o seu “museu”, sobretudo a pensar nas gerações futuras. “Há muitas coisas que aqui estão que os mais novos nem sabem que existem senão lhes for explicado”, refere. Peças antigas que pretendem retratar o “sacrifício e o trabalho dos antigos” que trabalhavam com ferramentas artesanais.
Muitas das peças exposta foram-lhe oferecidas por familiares, amigos ou foram encontradas pelo próprio “ por aqui e acolá”.

“Isto, por exemplo, era um balde que tirava a água com a picota para regar a horta”, aponta. Mas quem visitar este espaço, entre centenas de objectos, também pode ver relógios antigos a corda, lanternas de azeite, guizos de animais, ferraduras, funis, baldes, e até uma Dona Elvira que era dum seu vizinho e restaurou.
Na visita guiada que nos fez pelo espaço, Álvaro Ramos emociona-se quando nos mostra uma roda de oleiro em miniatura que fez, muito recentemente, em homenagem ao seu falecido a pai. “O meu pai fez muita loiça de bairro que vendia no mercado em Tomar debaixo de umas acácias”, recorda. Ao lado da miniatura, réplica perfeita, pode ler-se o poema: “O meu pai foi oleiro, era sua profissão, com as mãos moldava o barro mas também com o coração…”.
Apesar de já ter centenas de peças expostas, Álvaro Ramos não vai parar por aqui. No seu jardim mostra-nos um carrinho de mão cheio de outras tantas relíquias que vai escolher criteriosamente e restaurar com carinho para depois adicionar ao seu museu. “Aqui está uma pomba em madeira que já andou num tabuleiro das Festas dos Tabuleiros”, refere mostrando o objecto. Para o minucioso trabalho de restauro, Álvaro Ramos tem em sua casa uma oficina e carpintaria composta por máquinas que, claro, também por ele foram inventadas. Ou seja, Álvaro Ramos além de inventar as peças, inventa também a maquinaria onde faz as invenções. Isto sem ter alguma vez frequentado um curso ou acção de formação nesse âmbito.
“O lugar dele era no Centro de Formação a passar os seus conhecimentos aos mais novos que pretendam aprender este ofício ou a restaurar peças antigas em monumentos. Tem uma habilidade foram do comum, que é inata, e que por todos devia ser conhecida”, reforça o amigo Manuel Coentro, que não lhe poupa elogios (ver caixa).
A última peça que idealizou foi uma escultura onde se vê um ninho com a mãe, o pai e os três filhotes. Chamou-lhe o Milagre da vida. Porque mais do que um inventor, Álvaro Simões é, acima de tudo, um poeta.

Elsa Ribeiro Gonçalves

O último morador da Praça da República

É natural de Torres Novas um dos últimos moradores da Praça da República de Tomar. Sebastião José Maurício Brites Nobre, 57 anos, usufrui desde há 12 anos de uma vista privilegiada para Gualdim Pais. “Se um dia mudar há-de ser para uma casa ao pé do rio”, confessou o arquitecto ao nosso jornal.

O Templário – Há quanto tempo vive na Praça da República?
Sebastião Nobre – Moro há 12 anos.

É o único morador da praça?
Não, penso que tenho uma vizinha aqui no último piso de um andar ao lado do café Pepe e, por vezes, passa por aqui a viúva do Puga da ourivesaria. Á excepção do Gualdim Pais, são as únicas pessoas que penso que ainda têm uma relação com a praça.

E como é que é viver num local como a Praça da República?
“Viver na Praça tem graça”, como dizia o Lopes-Graça. As praças foram, durante o período do urbanismo, um sítio central do próprio poder. Tomar era uma cidade pequena e média burguesa pelo que todas as pessoas das chamadas “boas famílias” habitavam na Praça ou na chamada corredoura. É, por exemplo, o caso dos Tamagnini ou os Silva Magalhães. Também todo o comércio se desenvolvia dentro deste local central. Até que depois do 25 de Abril de 74 entrou em quebra…

E a que se dá esta quebra do comércio na praças?
Tem a ver com a própria economia e desenvolvimento. Os grandes centros antigos (e de todas as cidades, como Lisboa) estão actualmente desertos. Isto também tem a ver com outra questão que é o direito da propriedade. As pessoas têm grandes casas e muitos filhos que, entretanto, foram viver para outros sítios pelo que estas casas ficaram indevisas, ou seja, é a casa de todos mas ninguém habita nelas. Famílias tomarenses que desapareceram e os herdeiros foram viver para outros sítios. Enquanto houver um filho ou outro que queira habitar estas casas consegue-se manter gente a viver nas praças mas, caso contrário, não.

E estamos a falar de edifícios muito antigos…
Todos os edifícios que aqui estão, ou a maior parte, têm raízes no século XIX sendo que alguns entram no chamado período do século XX, onde se efectuaram alterações às construções. Mas a generalidade é do século XIX, tirando a igreja e a câmara municipal, ou seja, os edifícios nobres. Nessa altura, todas as coisas se passaram à volta do local central

Ler entrevista completa na edição n.º 941

Edição n.º 944

18 de janeiro de 2007

16 de janeiro de 2007

Centro histórico sem viv'alma

Os centros históricos das cidades estão cada vez mais desertificados. A falta de estacionamento, o envelhecimento da população e o encerramento de muitas lojas contribuíram para afastar as pessoas das ruas antigas da cidade. Tomar não é a excepção à regra e, sobretudo ao fim-de-semana, pouca gente se vê nas ruas. Um arquitecto morador da zona calcula que a parte velha da cidade tenha perdido 2/3 da população nos últimos 10 anos.
"Abro a loja ao sábado à tarde mas nas ruas não se vê ninguém. Os pais vêm aqui passear com os meninos à Praça da República mas é só…". O desabafo é do gerente da Nova Mobiladora Manuel Antunes, localizada na Rua Silva Magalhães, em pleno centro histórico de Tomar.


Reportagem integral na edição n.º 942 d' O Templário

12 de janeiro de 2007

9 de janeiro de 2007