Terça-feira à tarde. Fecho de edição n' O Templário. Os últimos textos estão a ser escritos. "Elsa, saiu a lotaria em Tomar", diz-me o director do Jornal. "Vais ter que ir ao quiosque onde venderam o bilhete e tentar falar com "fulano X" a quem dizem que saiu o prémio", indica. Engulo em seco. Ao início não me parece uma "missão fácil" conseguir falar com o sortudo que ganhou uma batelada de dinheiro. "A mim se me saisse a lotaria não queria que ninguém soubesse", lembro-me de pensar automaticamente. Tenho esta estranha mania de me colocar sempre no lugar do outro quando recebo um trabalho.
Mas é mais um desafio que vou tentar vencer. Chego ao quiosque e sou muito bem recebida. Publicidade a quem dá bons prémios é sempre bem-vinda. A confiança vai aumentando e consigo então chegar à fala com um dos felizardos que até me deixa tirar-lhe uma fotografia com o bilhete e tudo, sem dificuldade. A missão não é assim tão difícil, afinal. É tudo uma questão de confiança em nós próprios. Mas, neste dia e neste trabalho em concreto, também senti que me saiu a lotaria.
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