Chego a Vendas do Rijo, Olalhas, por volta das 19H00. Perante o cenário que vejo já pouco me ocorre dizer ou perguntar. Duas horas antes tinha passado perto daquele mesmo local para fazer um trabalho sobre o incêndio de sábado, o maior do ano ocorrido no concelho de Tomar, segundo Manuel Mendes, comandante dos bombeiros municipais da cidade, e não havia sinais para alarme. Puro engano.
Segunda-feira, 22 de Agosto. 18h50. A sirene dos bombeiros volta a tocar. Mais uma vez. Depois de um fim-de-semana verdadeiramente desgastante para os bombeiros – estiveram a combater as chamas que devastaram cinco freguesias – ainda não é hoje que os bombeiros podem descansar. Na localidade de Vendas do Rijo, a estrada para Ferreira de Zêzere está cortada, estão muitos carros parados à beira da estrada a olhar para os habitantes que, em cuidados, molham os telhados e os jardins. Há gente a correr, a chorar e a reclamar. Numa situação em que as pessoas vêm o seu tecto ameaçado pelo fogo calma é algo que não se pode exigir. O céu está negro, parece noite, está muito, muito vento e cai uma chuva de cinzas e faúlhas. A certa altura, o fumo começa a adensar-se e as chamas aproximam-se do local onde me encontro. O bom-senso indica-me: está na hora de abandonar o local. No local estiveram 37 bombeiros e oito veículos de combate.
“Cada um teve que acudir aquilo que era seu”
Duas horas antes, estive à conversa com Tomé Esgueira (na foto), presidente da Junta de Freguesia das Olalhas, residente nas Aboboreiras, localidade que no sábado à tarde viveu momentos de terror.
“De toda a freguesia, a localidade das Aboboreiras foi a mais martirizada”, confirmou a “O Templário”. Também ele viu a sua casa quase a ser devorada pelas chamas. “Na altura os bombeiros ainda não estavam aqui e isto foi muito rápido… o vento estava muito forte”, recorda o presidente de Junta. Sem bombeiros por perto “cada um teve que acudir aquilo que era seu” e Tomé Esgueira não foi excepção. “Não pude ajudar ninguém pois tenho aqui a minha casa e tive que andar a molhar o telhado”, esclarece, uma vez que receava as faúlhas que pudessem entrar pelo telhado.
Valeu a ajuda de populares das redondezas que apareceram para dar uma ajuda. Com vários incêndios a deflagrar no concelho em simultâneo – segundo Manuel Mendes, comandante da corporação de Tomar, as chamas atravessaram as freguesias de Alviobeira, Casais, Olalhas, Serra e Junceira e consumiram 1000 hectares – os bombeiros só puderam acudir as gentes de Aboboreiras no final da tarde. “Antes de chegarem os bombeiros andou aí uma viatura dos serviços municipalizados de Tomar que deu uma grande ajuda”, contou ao nosso jornal Tomé Esgueira.
Este grande incêndio teve início nas curvas de Alviobeira, pouco depois da hora de almoço de sábado. Só foi considerado extinto às 07H00 de domingo. No local estiveram 96 bombeiros, 30 viaturas e pelo menos dois meios aéreos.
publicado no Jornal O Templário, edição 25 de Agosto
Segunda-feira, 22 de Agosto. 18h50. A sirene dos bombeiros volta a tocar. Mais uma vez. Depois de um fim-de-semana verdadeiramente desgastante para os bombeiros – estiveram a combater as chamas que devastaram cinco freguesias – ainda não é hoje que os bombeiros podem descansar. Na localidade de Vendas do Rijo, a estrada para Ferreira de Zêzere está cortada, estão muitos carros parados à beira da estrada a olhar para os habitantes que, em cuidados, molham os telhados e os jardins. Há gente a correr, a chorar e a reclamar. Numa situação em que as pessoas vêm o seu tecto ameaçado pelo fogo calma é algo que não se pode exigir. O céu está negro, parece noite, está muito, muito vento e cai uma chuva de cinzas e faúlhas. A certa altura, o fumo começa a adensar-se e as chamas aproximam-se do local onde me encontro. O bom-senso indica-me: está na hora de abandonar o local. No local estiveram 37 bombeiros e oito veículos de combate.
“Cada um teve que acudir aquilo que era seu”
Duas horas antes, estive à conversa com Tomé Esgueira (na foto), presidente da Junta de Freguesia das Olalhas, residente nas Aboboreiras, localidade que no sábado à tarde viveu momentos de terror.
“De toda a freguesia, a localidade das Aboboreiras foi a mais martirizada”, confirmou a “O Templário”. Também ele viu a sua casa quase a ser devorada pelas chamas. “Na altura os bombeiros ainda não estavam aqui e isto foi muito rápido… o vento estava muito forte”, recorda o presidente de Junta. Sem bombeiros por perto “cada um teve que acudir aquilo que era seu” e Tomé Esgueira não foi excepção. “Não pude ajudar ninguém pois tenho aqui a minha casa e tive que andar a molhar o telhado”, esclarece, uma vez que receava as faúlhas que pudessem entrar pelo telhado.
Valeu a ajuda de populares das redondezas que apareceram para dar uma ajuda. Com vários incêndios a deflagrar no concelho em simultâneo – segundo Manuel Mendes, comandante da corporação de Tomar, as chamas atravessaram as freguesias de Alviobeira, Casais, Olalhas, Serra e Junceira e consumiram 1000 hectares – os bombeiros só puderam acudir as gentes de Aboboreiras no final da tarde. “Antes de chegarem os bombeiros andou aí uma viatura dos serviços municipalizados de Tomar que deu uma grande ajuda”, contou ao nosso jornal Tomé Esgueira.
Este grande incêndio teve início nas curvas de Alviobeira, pouco depois da hora de almoço de sábado. Só foi considerado extinto às 07H00 de domingo. No local estiveram 96 bombeiros, 30 viaturas e pelo menos dois meios aéreos.
publicado no Jornal O Templário, edição 25 de Agosto
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